A Hines gestora de fundos focada no mercado imobiliário e desenvolvedora de empreendimentos avalia que este é um bom momento para se investir no setor e volta a avaliar oportunidades nos segmentos residencial, comercial e de galpões . A empresa tem interesse em desenvolver projetos de imóveis residenciais e de galpões e intenção de retomar, no segundo semestre ou no início de 2018, aquisições de escritórios comerciais e de imóveis industriais.
“A Hines tem visão de longo prazo e sabe como navegar em cada momento do ciclo”, afirma o presidente da empresa no Brasil, Antonio Ferreira. A empresa projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do país ficará estável, neste ano, ou terá alta de até 1%, com crescimento de 2% em 2018. Ferreira ressalta que a Hines tem fôlego para manter os ativos imobiliários em carteira até que a economia volte a crescer.
No segmento de galpões, a busca é por oportunidades para novos desenvolvimentos, principalmente, de projetos com perfil especulativo, ou seja, sem locação prévia, mas a empresa não descarta construções sob medida (build to suit) “Observamos melhora considerável no nível de demanda por galpões neste ano”, afirma Ferreira.
A Hines tem 850 mil metros quadrados em galpões de alto padrão, distribuídos em São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus. O último desenvolvimento foi entregue no começo de 2016. Tratase do principal segmento de atuação da Hines Brasil.
Segundo Ferreira, um novo ciclo de desenvolvimento de escritórios começará em 2021 e 2022 na cidade de São Paulo. A Hines tem, em seu portfólio, dois prédios de escritórios um deles locado para a Nestlé, localizado na zona Sul da capital paulista.
No mercado residencial, a Hines tem interesse em aquisição de projetos e de terrenos com processo avançado de obtenção de licenças. A gestora pretende Antonio Ferreira, presidente: “A Hines tem visão de longo prazo e sabe como navegar em cada momento do ciclo”
lançar empreendimentos a partir do próximo ano ou de 2019, em parceria com incorporadoras. As unidades serão direcionadas para a média-alta renda. Na avaliação do executivo, os preços dos imóveis residenciais começarão a ter alta em 2018. “Mas os distratos, grande assunto do segmento residencial, precisam ser regulamentados”, pondera.
Em outubro de 2015, A Hines comprou 42,5% do projeto Jardim das Perdizes em desenvolvimento na cidade de São Paulo , no qual a Tecnisa tem a fatia majoritária de 57,5%. “Estamos satisfeitos com a participação no Jardim das Perdizes. O mercado residencial mostrou recuperação no início do ano”, diz Ferreira.
Também no último trimestre de 2015, a empresa adquiriu do Credit Suisse quatro projetos residenciais, na Vila Mariana, também na capital paulista, em parceria com a Stuhlberger Construtora e Incorporadora, que eram, originalmente, da OAS Empreendimentos. Esses empreendimentos foram dados ao banco de investimentos como garantia ao pagamento de dívidas da OAS.
Quando o Credit assumiu os projetos, as obras estavam interrompidas e mais de 80% das unidades tinham sido vendidas. Houve distrato de metade do total comercializado. Ao assumir os empreendimentos, Hines e Stuhlberger renegociaram novos prazos de entrega com os compradores e suspenderam os esforços de vendas por um ano. Atualmente, os projetos, que serão concluídos entre dezembro e março de 2018, têm 73% das unidades vendidas em média.
Recentemente, a Hines lançou seu primeiro empreendimento em parceria com a Vitacon, com apartamentos de 16 metros quadrados a 40 metros quadrados, na Vila Mariana. “Em uma semana, as vendas chegam a 50% das unidades, a maior parte para usuários finais. Mas começamos a perceber a volta do pequeno investidor, que compra uma unidade para renda futura”, diz.
A incorporadora e a Hines fecharam parceria, em fevereiro, para quatro projetos, nos quais os aportes da gestora vão somar R$ 600 milhões.
Segundo o presidente da Hines Brasil, na média, as vendas das unidades dos empreendimentos residenciais nos quais tem participação foram boas em janeiro e fevereiro, muito boas em março, acomodadas em abril, ruins em maio e boas em junho.
No segundo semestre, a Hines vai inaugurar, em Taubaté (SP), seu primeiro empreendimento de outlet. O projeto, com mais de 21 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), recebeu investimentos de R$ 100 milhões. Fonte: Valor Econômico