Vinci capta R$ 875 milhões e vira maior fundo de shoppings

VISC fez sua segunda captação em menos de dois meses.

O fundo imobiliário Vinci Shopping Center (VISC) acaba de levantar R$ 875 milhões, em sua segunda emissão em menos de dois meses. A operação inteiramente primária foi feita principalmente com investidores de varejo – são 9 mil novos cotistas na base, que já tinha 275 mil.

“É a nossa maior captação no segmento e terceira maior do mercado este ano”, destaca Leandro Bousquet, sócio da Vinci e chefe de real estate da gestora, ao Pipeline. “O VISC se torna o maior fundo de shoppings em market cap e, quando fizermos a atualização patrimonial, eventualmente passa o XP Malls nesse quesito também. Em número de shoppings já éramos maiores.”

Em outubro, o fundo fez uma emissão de R$ 355 milhões voltada a investidores institucionais – do volume, R$ 305 milhões foram para o caixa do fundo e os demais R$ 50 milhões eram uma tranche secundária, desinvestimento parcial da Ancar Ivanhoe, que no passado aceitou cotas como parte do pagamento por alguns empreendimentos.

Assim, o VISC vira o ano com R$ 1,18 bilhão em dinheiro novo, parte para pré-pagamento de dívida, investimento em revitalização de shoppings e a maior parte para aquisições.
Antes das ofertas, o fundo tinha uma relação de ‘loan to value’ de 23% e vai virar o ano um pouco abaixo de 10%. A princípio, o veículo não pretende fazer aquisições alavancadas, aproveitando o dinheiro levantado.
Com as aquisições à frente, o fundo pode ser chegar a 30 shoppings. Hoje no portfólio estão empreendimentos como o Pantanal Shopping, em Manaus, o Iguatemi em Fortaleza, o Minas Shopping em BH e o Ribeirão Shopping, no interior paulista.
O volume de emissões no ano no segmento imobiliário acabou surpreendendo. Em meados de 2023, a maioria dos FIIs ainda tinha cota abaixo do valor patrimonial, o que inviabilizar ofertas – mas com o início de corte de juros, as operações deslancharam. Entres fundos imobiliários e Fiagros, ambos incentivados, foram cerca de R$ 30 bilhões em captações neste ano.
Outras operações devem seguir acontecendo no início do ano. “Os shoppings fizeram o primeiro movimento, mas logística e escritórios devem retomar emissões também. É uma sinalização positiva para o ano que chega, diz Bousquet.
Quem já entra no ciclo de retomada capitalizado tem mais chance de aproveitar bons cap rates, emenda.
Entre os vendedores dos últimos meses, a Allos, resultando da fusão entre Aliansce e BR Malls, deve seguir reciclando portfólio; a Gazit conversa com alguns players, depois de vender sua fatia no Cidade Jardim, e a Brookfield também tem demonstrado interesse em vender seus ativos no segmento. Bousquet não comenta nomes específicos, mas lembra que mais de 60% dos shoppings do mais não estão no portfólio de grandes grupos ou fundos.

Fonte: Valor Econômico