Shopping Centers – Novas Visões São Necessárias

O tempo impõe renovação a tudo, e não seria diferente com os shopping centers. A dinâmica do mercado e a evolução contínua dos canais de varejo, aliadas às mudanças nos hábitos de vida e consumo das pessoas, nos obriga a repensarmos o melhor futuro para esses empreendimentos.

Numa visão fria, o shopping center volta a ser analisado como equipamento imobiliário, que tem seu valor patrimonial e necessita ser aproveitado da melhor forma para geração de renda a seus investidores.

A atual crise pandêmica não é exatamente causa da necessidade de mudanças, mas um catalisador do que já vinha ocorrendo em alguns centros comerciais: a devolução de áreas locadas das operações menores e o downsizing de grandes operações. Esse é um movimento que gera uma disponibilidade de área vaga que dificilmente será reposta pelo varejo em si. Sabemos que a nova regra é a ocupação dos espaços com entretenimento, alimentação e convivência… mas talvez não será o suficiente para preencher os espaços vazios que estão aparecendo.

Poucos já se deram conta que é a hora de replanejarmos essa vacância, provavelmente porque isso significa uma cirurgia invasiva nos empreendimentos, que demanda investimentos, movendo todos da zona de conforto para uma nova situação de incertezas.

A primeira coisa que vem à cabeça dos proprietários é a perda de receita, pois as ocupações de varejo sempre pagaram bem na média, mas isso só é verdade na teoria, pois na prática nada paga pior que a área vaga.

Atenuando e contrapondo essa visão, o correto replanejamento arquitetônico pode superar essas perdas de receitas e até exceder o resultado anterior. Apenas exemplificando, quando juntamos lojas satélites, corredores mortos, e grandes áreas vagas para o desenvolvimento de um novo layout de salas comerciais e escritórios, temos um aproveitamento maior, com menos corredores e em alguns casos, devido ao pé-direito duplo dos empreendimentos, dois novos andares disponíveis para ocupação.

Obviamente esse exemplo é muito simplista, mas verdadeiro. O grande desafio, que depende de muito estudo e pensamento, é definir a melhor vocação para reestruturação dessas áreas disponíveis, sejam escritórios, hotéis, residenciais, complexos de saúde, depósitos, etc… Cada caso é único e não há regra geral que se aplique nessas análises.

Importante é considerar que o shopping center é excelente como equipamento e oportunidade para diferentes ocupações: tem localização e acesso privilegiados, infraestrutura, segurança, estacionamento farto, é agradável e confortável, e ainda oferece alimentação e entretenimento no local.

Nesses últimos meses nos Estados Unidos ocorreram alguns movimentos de compra de shopping centers com acentuada vacância e também de grandes áreas desocupadas, especificamente para passarem por essas transformações. Poder ser o início de uma nova tendência e criação de novas oportunidades de investimento.