Outlets – Maturação e Tendências de Nosso Mercado

A era dos outlets no Brasil efetivamente começou em 2009 com a inauguração do primeiro empreendimento localizado entre São Paulo e Campinas. Anteriormente, outras tentativas haviam ocorrido principalmente na década de 90, com alguns shoppings de desconto sem produtos de marca, que não lograram sucesso e acabaram convertidos em shoppings padrão no decorrer do tempo.

Hoje, com a maturação do mercado de shopping centers tradicionais, os outlets são uma tendência que vem tomar um espaço ainda não ocupado no mercado, totalizando 13 empreendimentos que representam 17% dos shopping centers especializados do país.

Vale ressaltar que outra tendência são os CCS ou strip malls, que vem tomando espaço no mercado, devido a sua praticidade para o consumidor e menor investimento para o empreendedor. Leia mais em ccs-tendencia-e-oportunidade.

Planejar para empreender um outlet é significativamente diferente de um shopping tradicional e com raras exceções não é negócio para o novo entrante no segmento. O primeiro grande desafio, e o mais importante, é ter acesso direto às marcas e fabricantes, demonstrando força comercial e confiabilidade suficientes para trazê-las para o empreendimento em condições negociais adequadas. Hoje são aproximadamente 250 marcas que participam dos outlets brasileiros.

O lojista que se instala no outlet deve estar preparado para oferecer variedade e demanda, com descontos contínuos comumente superiores a 30% em relação ao preço de mercado, condição por vezes já amarrada nos contratos de locação. No modelo americano, que nosso mercado procura seguir, mais de 50% dos produtos vendidos em outlet são especificamente para esse fim. Aqui ainda estamos longe desse volume, mas a caminho.

Algumas diferenças são básicas nos outlets em relação aos shoppings, e devem ser consideradas tanto no planejamento como na operação:

O CAPEX por m2 é, e assim deve ser, inferior ao dos shoppings, pois são construções mais “simples” no aspecto técnico, normalmente térreas, abertas, sem necessidade de circulação vertical e ou climatização. Essa maior simplicidade no equipamento também trará economias futuras na operação, onde o custo condominial (despesas operacionais rateadas) deve ser em média 50% inferiores aos shoppings tradicionais.

Normalmente são localizados em estradas de forte fluxo, com fácil acesso e que liguem grandes centros. A área de influência dos outlets não é medida por tempo de deslocamento como nos shoppings, mas sim por raio, e estima-se que varie de 70 a 150km. Fala-se no mercado em um “número mágico” onde o outlet deve servir a pelo menos 2,5 milhões de pessoas em sua área de influência.

Característica importante é que a frequência nos outlets ocorre predominantemente aos finais de semana que representam 70% da visitação, com um tempo de permanência de até 6 horas. Óbvio notar o cuidado necessário no planejamento da capacidade dos estacionamentos que deverão ser adequados para atender a essa demanda. Vale lembrar que situando-se em estradas, o fluxo de público pedestre é praticamente nulo. No Parking, No Business.

Os outlets são empreendimentos cujo objetivo do visitante é a compra dirigida e em maior quantidade que nos shoppings tradicionais, e nesse conceito são desenvolvidos para facilitar e atender as demandas dos clientes e lojistas.

As informações apresentadas neste post são originárias da ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers e dos bancos de dados da Ultra.